Fácil, muito tranquilo
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Uns dias atrás, andei matando uma pessoa, mas, no fundo, foi um ato de caridade, afinal a criatura tinha completado 90 anos, e, pra ser bem sincero, ninguém sabia o que fazer com ela. Então um parente distante me contratou e eu fui lá e executei a velhota; sim, era uma mulher, daquelas quase carecas, de cabelo bem branco, mas isso é alta bobagem, pois o que interessa – sempre – é o serviço bem feito. E foi, até porque a mesma sofreu muito pouco, bastou gastar uma bala de revolver, dessas de trinta e oito e – zapt! – foi acabado todo o sofrido sofrimento.
Uma semana depois, recebi o pagamento e fiquei feliz, embora mil e trezentos reais não dê pra quase nada. Bom mesmo é matar gente importante, mas o trabalho, aí, muda de figura, pois é preciso muita campana, muito preparo, muita observação e, cá prá nós, nem sempre recompensa. Bom mesmo são esses trabalhinhos fáceis, eventuais, meio free-lancer.
A gente tem pouco estresse, vai lá, faz um servicinho bem feito e pronto – nada melhor do que dormir descansado, sem dever nada a ninguém. É encomendar uma morte boa e fim, o resto… só maravilha.